- Agora eu tenho certeza, cada quarto representa uma carta do Tarot. Disse Chris. Roda da Fortuna, Força e agora Os Amantes, não pode ser coincidência.
- Eu ainda acho isso tudo baboseira. Disse Ford. Mas vou te dar uma chance, o que nos espera aí?
- A carta dos amantes representa decisões difíceis, mais pode ser algo mais literal também. É difícil pensar em alguma coisa, vamos ter que entrar pra descobrir. Respondeu Chris.
Todos ainda aguardavam discutindo suas opções, mais Alex estava lá, quase hipnotizada pelo nome do quarto.
- Alex, tudo bem ? Perguntou Chris.
- An? Oi tudo sim, não é nada de mais. Ela respondeu.
- Vamos. Gritou Paul. Nós vamos entrar e acabar logo com isso.
Chris e Alex então foram em direção ao grupo, Gregory tomou a frente e abriu a porta.
Esse quarto era diferente, nada de timers ou nenhum tipo de armadilha aparente, era um quarto mal iluminado, com uma porta do outro lado, as paredes eram um tom amarelado, porém já bem velho, não haviam pistas sobre o que fazer ali, Wes e Ford andavam de um lado para o outro checando o quarto.
- Não tem nada aqui. Disse Wes.
- Nem um tipo de alavanca nem nada. Completou Ford.
- Alguma coisa tem que estar errado, os outros dois quartos tinham coisas pra girar ou fazer, aqui não tem nada. Disse Alfred.
- Talvez tenha algo haver com essas trancas. Disse Joseph.
Todos foram em direção ao velho que estava proximo a porta.
Haviam três trancas que impediam a porta de se abrir, cada tranca contava com uma combinação de seis dígitos.
- Certo, alguém quer tentar alguma coisa aí, é melhor do que nada. Disse Paul.
- Talvez seja melhor pensar um pouco. Disse Chris. Não tem timer aqui a gente tem todo o tempo possível.
- Ele tem razão, se colocarmos o código errado, pode ativar alguma coisa. Completou Gregory. Vamos pensar primeiro.
Enquanto Chris, Joseph, Alex e Gregory pensavam, Wes, Paul e Ford procuravam outras pistas no quarto.
Bulldog ficava em um canto em silêncio, sem ajudar ninguém.
Foi então que Paul percebeu uma parte da parede que parecia ser vidro.
- Pessoal acho que encontrei alguma coisa. Disse ele.
Todos foram pra perto para ver. Bulldog continuava afastado.
- Com certeza isso tem haver com a armadilha nesse quarto. Disse Alfred.
- Mas seja lá o que for não foi ativado ainda. Disse Wes.
- Provavelmente, se a gente errar os códigos das trancas isso vai ativar. Disse Joseph.
- Bem pensado vamos tomar muito cuidado então....
Antes que pudesse terminar a frase, Chris viu Bulldog colocando números aleatórios nas trancas da porta.
- Ei, o que você tá fazendo? Gritou Chris.
Chris, Alex e Ford iam até a porta quando ouviram um som, de repente a parte em vidro na parede se ascendeu revelando um termômetro com a temperatura atual da sala.
- Droga, o que está acontecendo? Disse Wes.
- Idiota você vai matar todo mundo. Gritou Gregory.
- Ninguém estava fazendo nada, eu resolvi tomar a frente, melhor que ficar aí discutindo estratégias como um bando de mulherzinha. Disse Bulldog.
Gregory, Ford e Paul começaram a discutir com Bulldog. Chris então parou pra pensar.
- Se o quarto é os Amantes, então isso quer dizer... Pessoal alguém aqui tem algum histórico de problemas em relacionamento?
Todos ficaram em silêncio.
- Porquê uma pergunta dessas, numa hora dessas cara? Questionou Wes.
- Talvez a tranca tenha algo a ver com relacionamentos, afinal é a carta que representa esse quarto, Os Amantes. Disse Chris.
- Seis dígitos, pode ser uma data. Disse Joseph.
- Exatamente. Disse Chris.
- Mas data de que ? Pois eu tenho certeza que a maioria aqui teve um relacionamento ruim pelo menos uma vez, você mesmo não disse que sua mulher morreu. Disse Ford.
Assim que Ford falou isso Alex, Alfred e Bulldog trocaram olhares.
- Sim, mais não era um relacionamento ruim, longe disso, nós nos amavamos muito. Respondeu Chris.
- Galera é impressão minha ou o termômetro tá aumentando ? Disse Wes.
O termômetro começou a subir de temperatura, se eles não saíssem logo dali, iriam queimar vivos.
- E como você sabe que é um relacionamento ruim? Perguntou Alfred.
- Geralmente a carta dos Amantes representa decisões difíceis. Sair de uma relação ruim é uma decisão difícil. Respondeu Chris.
- Alguém se manifeste logo, eu não quero morrer queimado. Gritou Wes.
Alex então se aproximou de Chris.
- Acho que sou eu. Ela disse.
- O Que? Ele perguntou
- Desde que nós chegamos na porta desse quarto me sinto atraída pra cá, por algum motivo. Ela respondeu. E eu tive esse tipo de relacionamento, meu marido era uma pessoa horrível e até hoje é difícil pra mim falar sobre isso.
- Alex, você confia em mim? Perguntou Chris.
- Totalmente. Respondeu ela.
- Então vamos lá, se você estiver correta esse quarto tem haver com você. Essas datas são datas importantes para você.
Alex começou a pensar.
- Aniversário de Casamento?
- Acho muito óbvio.
-Pessoal, tá ficando quente demais aqui. Disse Paul.
- Vai logo mulher alguma coisa tem que ser. Gritou Wes.
- Calma não liga pra ele foca em mim. Disse Chris. Vamos conseguir juntos.
Alex estava nervosa, porém as palavras de Chris a acalmavam.
- Olha eu sei que você não quer pensar nisso, mais infelizmente acho que é exatamente isso que é preciso pra nos salvar, fazer outra decisão difícil de lembrar disso tudo, veja só, são três datas. Disse Chris. Quando foi o seu primeiro encontro?.
Alex ficou em silêncio.
- Anda logo puta, ou a gente vai morrer queimado aqui. Gritou Bulldog.
Alex começou então a chorar.
- Seis de Abril de 2005.
Chris se virou para a primeira tranca e colocou os números 060405. E então o cadeado se abriu.
- Isso, um a menos. Disse Chris. O segundo tem que ser outra data importante.
Foi quando Chris notou Alex em prantos. Ele largou a segunda tranca e foi até ela.
- Ei, ei o que você está fazendo ? Volta pra lá ou a gente vai queimar aqui dentro porra. Gritou Bulldog.
Chris então abraçou Alex, que ainda chorava.
- Alex, eu sei que nada disso é fácil, ninguém pediu por isso, mais você é mais forte do que imagina. Seja lá o que esse cara fez com você que te marcou assim, você vai conseguir passar por tudo.
Alex então olhou para Chris, com lágrimas nos olhos. "Obrigado" foi tudo que ela disse.
- Vamos sair desse forno. Disse Chris.
- Ah que lindo se vocês acabaram eu quero sair logo daqui. Disse Bulldog.
Gregory então o pegou pela camisa.
- Você tem mais atrasado do que ajudado, acho bom ficar quieto, ou eu pessoalmente vou garantir que você não saia daqui.
Bulldog e Gregory estavam prontos pra briga, quando Joseph inverviu.
- Vocês dois parem com isso agora, nada disso está ajudando em nada, temos que ajudar e não piorar as coisas.
Enquando isso Ford e Wes cochicharam entre si no canto do quarto.
- Certo Alex, a segunda tranca deve ser outra data importante, tem ideia do que possa ser? Disse Chris.
- Eu não sei, talvez nossa primeira briga? Respondeu ela. Foi em setembro de 2010, a data eu não estou conseguindo lembrar.
- Calma, vamos com calma. Disse Chris. Tenta lembrar do que aconteceu no dia.
- A gente estava viajando, nos tinhamos ido esquiar. Ela disse. Foi uma grande cena, eu descobri que ele estava me traindo...
- Desculpa, mais tem alguma possibilidade de isso ter acontecido em Breckenridge? Disse Paul.
- Sim foi lá mesmo. Respondeu Alex.
- Eu estava por lá também, foi antes de eu virar mochileiro, eu tinha saído de férias no dia anterior. Completou Paul. E teve uma grande briga naquele dia, como você disse a mulher descobriu que foi traída.
- E você lembra qual foi a data? Perguntou Ford.
- 25 de setembro. Respondeu Paul.
Chris então tentou a combinação 250910. A segunda tranca então se abriu.
- Quase lá. Disse Joseph.
- Se a primeira era o seu primeiro encontro, e a segunda a primeira briga, a última deve ser... Disse Chris.
- O divórcio. Completou Alex. Essa eu me lembro bem, os papéis foram assinados dia 13 de Janeiro de 2013.
- Você ficou com ele mais três anos? Perguntou Chris.
- Ei, conversa depois, trabalho agora. Disse Alfred.
Chris então colocou a última combinação 130113 e a última tranca se abriu. Quando Alfred foi abrir a porta a maçaneta estava quente demais.
- Droga minha mão. Ele gritou.
Ford tentou abrir a porta com sua gravata enrolada nas mãos para não queimar, porém ainda estava muito quente.
- E agora como vamos abrir? Disse Alex.
Chris olhou para a garota e todos ali que estavam desesperados, então ele sem pensar foi com a mão na maçaneta girando e abrindo a porta, mais soltando um grito de dor ao mesmo tempo.
Todos então correram e passaram pela porta que se trancou atrás deles.
- Chris sua mão. Disse Alex correndo para ajudar.
- Ta tudo bem. Ele respondeu. Desde que todo mundo esteja bem.
Alex então abraçou Chris novamente.
- Obrigado, eu sei que não parece mais você me ajudar significa muito pra mim, é bom ver que alguém ainda se importa. Disse Alex.
- Claro que eu me importo. Disse Chris sorrindo.
Ford se aproximou dos dois, estendendo a mão com sua gravata.
- Pode usar pra tapar o queimado, se não fosse você a gente iria estar queimando lá dentro.
Chris então pegou a gravata e enrolou na mão.
- Certo senhor sabichão, o que vem pela frente. Disse Ford apontando para a placa que indicava o próximo quarto.
Nela estava escrito : "A Estrela".
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