sábado, 11 de março de 2023

NES Godzilla - Entropia

No jogo original, o sexto mundo era Plutão. Ironicamente, apesar de ser o menor planeta, Plutão era o maior e mais diverso mundo no jogo. Entropia tinha um layout diferente, mas era igualmente grande e diverso.

A música do mapa era tocada por um violino, uma melodia que começava soando fúnebre e então ficava meio... Talvez eu diria “distorcida”?

Isso me fez sentir deprimido e nervoso. Não era algo que eu queria ouvir enquanto tentava dormir.

Estranhamente, nenhum dos níveis dos níveis dos mundos anteriores estavam presentes aqui, ao invés disso, haviam oito grandes novos ícones. Os chefões dessa vez eram Megalon, Battra e Mechagodzilla.

Como de costume, a primeira coisa que fiz foi ir para o nível de quiz para outra interrogação das caras. Mas quando eu cheguei lá, percebi algo diferente; Invés da música pateta de GH1D0RA, era a vez do tema de Password.

A mudança da música parecia ser intencional, pois após as duas questões no início, o quiz começou a tomar um tom obscuro.

Quiz 3
1. Você gosta de sorvete?
Resposta: Sim, Reação: Cara Estranha #1
2. E de palhaços?
Resposta: Sim, Reação: Cara Estranha #10
3. O tempo está escorregando pelos seus dedos?
Resposta: Sim, Reação: Cara Estranha #2
4. Você tem algum arrependimento?
Resposta: Sim, Reação: Dor
5. Algumas pessoas merecem morrer?
Resposta: Não, Reação: Cara Estranha #3
6. É seguro sair à noite?
Resposta: Sim, Reação: Cara Estranha #5
7. Você acha difícil dormir à noite?
Resposta: Sim, Reação: Cara Estranha #9
8. Você já matou alguém?
Resposta: Não, Reação: Cara Estranha #7
9. Você quer matar alguém?
Resposta: Não, Reação: Raiva
10. Você está fazendo alguma coisa?
Resposta: Não, Reação: Cara Estranha #4
11. A vida tem algum sentido real?
Resposta: Não, Reação: Amor
12. Você gosta da Mothra?
Resposta: Não, Reação: Maniaca

Eu sabia que essa última seria uma questão relacionada à um gameplay, mas eu não tinha ideia do que iria resultar. Eu respondi honestamente, pois como eu já disse antes, nunca gostei da Mothra.

Ninguém gostava de jogar com a Mothra nesse jogo. E tinha uma boa razão para isso, pois todas as vezes que a Mothra tomava dano, ela era atirada de volta para o canto da tela, e era uma bosta lutando por quê seus ataques eram muito fracos. O único benefício da Mothra é que ela era capaz de voar pelos obstáculos em alguns níveis.

Então eu respondi “não”, e a cara respondeu-me de volta, não apenas com a expressão maníaca, mas com o texto:

Eu estava de volta à tela do mapa, e eu estava chocado ao ver que Godzilla e Anguirus haviam desaparecido do mapa, deixando apenas Mothra. As caras haviam me fodido. 

Insignificante dizer isso, eu estava bolado. Mas não havia nada que eu podia fazer, e eu estava me perguntando: “Se eu dissesse “sim”, eu estaria jogando com Mothra mesmo assim? ” As caras davam, também tomavam.

Respirei fundo e me preparei para explorar. Haviam aqui dois caminhos que eu podia tomar pelo mapa, decidi ir pelo de baixo. Isso foi uma boa escolha que eu vou mencionar momentaneamente.

O primeiro mundo em minha frente era uma floresta, então comecei por ele. Quase imediatamente, eu tive um sentimento de mistério. Havia algo sobre esse nível que parecia “estranho” para mim, até mais que os anteriores.

Percebi que tinha um fundo de cor preta. Eu sempre tive medo de estar em uma floresta à noite. Algo sobre todas aquelas árvores, que me fazia sentir cercado e vulnerável.

E o fato de eu estar preso como Mothra não ajudou. Jogando os mundos anteriores como Godzilla me deu um sentimento de bravura, estando no controle do rei dos monstros, eu estaria hábil a dar cabo de qualquer coisa em meu caminho.

Mas não era assim com Mothra. Nenhum sentimento de força, ou segurança. Agora eu era só um fracote, um inseto facilmente sobrecarregado, atravessando o desconhecido.

De volta ao nível, a música tinha novos instrumentos, soando com ventos uivantes, seguidos por batidas lentas e sinos repicados. Me dava uma sensação de que eu estava entrando num lugar perigoso em que eu realmente não devia estar.

Após um pouco, encontrei os primeiros inimigos da fase. Ou ao menos eu presumi que eram inimigos. Eram estranhos, com pernas finas, criaturas realmente estranhas. Ao invés de atacar, eles apenas estavam andando pelo cenário. Tentei alcança-los e eles fugiram.

Eu pensei em atirar neles com um raio ocular para ver o que podia acontecer, mas parecia errado. Essas criaturas eram inocentes. Então eu passei por elas e continuei pelo nível.

Na metade do caminho, encontrei grupos de animais parecidos com veados, e também duas novas criaturas: Uma preguiça com um bico, subindo numa árvore, e umas bestas peludas que se assemelhavam à jacarés que estavam andando como bípedes.

Era muito surreal assistir essas criaturas interagirem. Eu não sentia como se eu tivesse jogando um jogo, mas sim como se eu estivesse passando por uma floresta em outra dimensão.

As criaturas me ignoraram pela maior parte do tempo, mas os jacarés atacavam me quando eu chegava muito perto, ou se eu as atacasse primeiramente. Eu sabia que se eu atirasse nelas eu iria ajudar uma das criaturas parecidas com veados á escapar. Fui prensado, mas o confronto era facilmente evitado voando por cima, para o topo da tela.

Após isso, eu tinha que escolher se eu queria jogar os níveis da ampulheta, ou da tela de TV. Escolhi a última. O que eu tive não foi o que eu esperava.

Quando eu apertei o botão para começar o nível da tela de TV como eu normalmente faria, essa tela com uma animação apareceu. Havia também uma música no fundo, que era a música ridícula de Ghidorah, que costumava tocar em níveis de Quiz.

Eu estava meio incomodado com isso pois era tudo muito estranho. Eu também achei um pouco assustador pois eu tinha uma camisa que parecia com aquela, quando eu era criança. Após começar a animação, você podia voltar para o mapa apertando qualquer botão.
Após aquilo, eu não tinha o que esperar do resto daqueles ícones. Eu fui para o próximo ícone, da ampulheta. Eu fiquei meio que aliviado quando o atual nível apareceu.

Era certamente um nível com um jeito heterodoxo. Todo marrom, com instrumentos de medida de tempo flutuando pelo ar e com gigantes relógios de pêndulo no fundo. A música era a mesma que a do mapa.

E bem cedo no nível, eu encontrei algo que eu não esperava ver: Inimigos originais do jogo!

E não era só isso, apareceu uma frota inteira deles. E os tanques amarelos que eram normalmente imóvel, podiam agora se mover. Tomei algum dano, mas não foi nada que eu não pudesse suportar. Mas a coisa mais importante sobre esse nível eram os itens de ampulhetas.

Haviam três delas:

1. Uma ampulheta azul, que fazia o tempo ficar lento e preenchia o nível com inimigos do passado.
2. Uma ampulheta vermelha, que fazia o tempo se acelerar e preenchia o nível com inimigos do futuro.
3. Uma ampulheta verde, que fazia o tempo fica normal e preenchia o jogo com inimigos do jogo original.

Eu encontrei a ampulheta azul primeiro. Como dito, o jogo começou a reduzir a velocidade, e eu vi os “inimigos do passado”, que eram cinco tipos de animais pré-históricos. Eu não sabia muito sobre a pré-história, mas eu acredito que todos aqueles inimigos representavam animais reais.

O nível entrou em outro segmento, e eu encontrei a ampulheta verde, e então lutei com os inimigos originais novamente. Eram os mesmo cinco tipos, então eu não tirei screenshots. Mas no último segmento, eu encontrei a ampulheta vermelha, e os inimigos deviam ser do futuro.

Agora, talvez o jogo estivesse me mostrando renderizações 8-bits de criaturas que iriam existir centenas de anos no futuro da terra, não sei. Mas com esse pensamento em mente, eu achei esse segmento em particular muito nefasto, e era mais tenso por tudo se mover rapidamente.

Um dos inimigos do futuro tinham uma grande semelhança com algo que eu vi em um livro uma vez, chamado “Troodon Man”. Outro parecia como um tipo de espaçonave orgânica.

Então só tinha um tipo de criatura do futuro, que quando apareceu, todas as outras correram por suas vidas, deixando-me sozinho para lutar com ela.

Ela podia vor, mas seu espírito não se movia, e seu único ataque era lançar um relâmpago de sua “cara”. Então, ele era surpreendentemente poderoso, e eu conclui que ele podia ser considerado um mini-boss.

Após eu derrotar aquilo, ele deixou um power-up de vida que restaurou minha vida e energia que eu havia perdido lutando. O que era conveniente! Parecia que eu precisaria de toda ajuda do mundo se eu quisesse passar daquela fase com a Mothra.

Após o estágio anterior que eu chamei de “Time Warp”, o próximo estágio parecia um Lixão Tóxico.

Como você pode ver, o lugar parecia chato e inóspito. A música era um looping curto de um sintetizador de ambiente de canções. Ouvindo isso, me fez sentir como se eu tivesse farejado alguns fumos tóxicos, e bagunçou minha cabeça por todo tempo. Eu até pude sentir como se eu estivesse me asfixiando durante esse nível.

Os inimigos pareciam todos mutados em determinado ponto. Na screenshot acima, você pode ver múmias verdes com crânios de pássaros, que pulavam para fora do chorume para cuspir projéteis. Tinha também um monstro vaca-esqueleto com patas de aranha.

Na metade do caminho do nível, eu ouví um dos veados da floresta. Ele estava sozinho, e quando eu percebi, ele estava bebendo suco tóxico de um barril, com uma língua de tamanduá.

Eu estava indo para fazê-lo parar, mas então um bando de pássaros estranhos veio do nada e começaram a atacar.

O veado estava assustado e começou a correr até cair no chorume tóxico. Me senti mal por isso. Um dos pássaros me mordeu, mas reconquistei vida rapidamente, matando todos eles, que eram bem fracos.

Continuei. De todos os níveis em Entropia, esse era provavelmente o mais “normal”, pois tinha um pouco do dever de “Siga em frente, esmague coisas” da fórmula do jogo original.

Encontrei mais criaturas pelo nível, como bolhas com tentáculos, e um tipo de coisa deformada com dentes parecidos com os de um humano. Eu não senti como se estivesse provocando eles para uma luta, então continuei voando pelo topo da tela. Eu ainda tinha que lidar com ocasionais bandos de pássaros de agora em diante.

No final do nível havia um largo, azul esverdeado lago, e lá eu encontrei outro mini-boss. Algum tipo de chefe com um grande pescoço e um crânio de baleia. Atacava com um projétil bocal, e te confrontando. Podia também ir para debaixo d’água e rapidamente emergir de um lugar diferente.

Foi mais difícil de se derrotar que o chefe do Time Warp, e tinha muita vida, pois me levou três minutos para derrotá-lo. Aquilo fez um barulho realmente alto quando morreu, e então voltou para água enquanto eu deixava a tela.

Devolta ao mapa, eu viajei para o ícone de nível que eu não havia visto ainda, que era uma árvore branca. Como eu adivinhei, o nível era um tema recolorido da fase da floresta.

Mas não como na floresta regular, eu não me senti nervoso ao inciar essa fase. Eu acho que a música tinha muito a ver com isso. Era uma canção calma, gentil, quase soava romântica. Era bem acalmante, e a floresta parecia muito menos assustadora coberta em neve.

Viajei pelo primeiro segmento curtindo a atmosfera por quatro minutos, quando eu percebi algo: Eu não havia visto uma única criatura desde que eu comecei o nível. Onde estava todos os animais? Mais tarde, eu deixei a tela, e o novo segmento começou.

No segundo segmento, eu estava ainda na floresta gelada, mas agora não tinha música. Eu estava começando a sentir uma suspeita, mas então me lembrei que haviam outros níveis vazios no jogo que eram como qualquer um desses.

Mas então... ouvi algo familiar. Eram os doze segundos de looping do “INESQUECÍVELMENTE FRIO” que havia começado. Podia sentir meu coração se afogar quando eu cruzei com essa visão terrível.

Havia um grupo inteiro de criaturas mortas, cobertas em neve. Julgando pelo tom azul escuro de suas peles, elas deveriam ter congelado até a morte. Em uma inspeção rápida, algumas partes de seus corpos estavam faltando. Agora eu estava assustado. Mas eu ainda tinha que continuar indo.

Antes de sair desse nível, eu estava esperando ver algum animal da floresta anterior em um estado vivo. E certamente, eu vi.

Era uma criatura bem parecida com a preguiça com bico, exceto por aquela coisa com pelo branco... e também parecia mais um gorila com bico. Andava bem devagar quando eu a ví, mas eu estava bem feliz por ver algo vivo. Seja lá como for, não ficou daquele jeito por muito tempo...

Um monte de jacarés, que deviam ter sentido que algo ainda estava vivo, veio correndo do lado direito da tela. O gorila bicudo não teve chance, enquanto um dos jacarés vieram e arrancaram suas patas traseiras.

Esses “Jacarés do inverno” agiram muito diferente dos seus relativos temperamentais. Enquanto os outros só atacavam enquanto caçavam a presa ou quando provocados, os jacarés do inverno pareciam ter ficado malucos. Eles atacavam tudo em seu campo de vista, um estava correndo e cravando suas garras no nada. Até os barulhos que eles faziam soavam diferente. Mais chiado e enfurecido.

Enquanto eu deixava o segundo segmento, eu vi os dois Raptors lutando até a morte. Ambos cobertos de feridas, e um deles estava cego de um olho. Tirei uma screenshot, mas eu não fiquei para ver quem ganhou a briga.

Eu apenas tinha que passar por mais um segmento antes que pudesse ir de volta para a tela do mapa. Mas nesse segmento, não havia mais a floresta nevada, mas ao invés, uma planície bem simples de grama, com uma lua cinza brilhante no céu. A música passada da primeira parte da floresta de inverno havia retornado.

E imediatamente, eu comecei a sentir pavor. Isso pode soar maluco, mas é a mais pura verdade: O jogo fez esse nível de uma das minhas memórias.

Após uma longa parte de nada, cheguei á um lago. E então a lua se moveu para baixo do céu, e começou á se partir como um ovo. Quando o fez, uma figura humanoide curvada caiu no lago enquanto a lua rapidamente de desintegrava.

Ouvi um “splash” quando aquilo atingiu a água, então um momento de silêncio. Então a tela começou à chacoalhar, e uma nova criatura emergiu da água.

E então fui apresentado para um monstro que eu chamei de “Monstro da lua”. Esse foi a única screenshot que eu tirei, enquanto estava focando toda minha concentração em ganhar a luta. E havia sido a luta mais difícil até agora. Mais forte que qualquer um dos chefes anteriores, essa criatura seria difícil de derrotar com Godzilla, mas com Mothra isso era quase impossível.

Eu acho que eu iria me considerar sortudo que a besta não desferiu alguns ataques como a serra do Gigan, pois se aquilo o fizesse, eu nunca ganharia essa batalha. Eu tinha menos que três barras de vida quando eu finalmente matei aquela abominação.

Mas o que aconteceu após isso, é o que difícilmete eu chamaria de recompensa.

Estive tentando manter minha promessa e suprimir essa memória por anos, mas parece que eu tenho que desabafar. É uma memória muito dolorosa para eu, mas o jogo já sabe sobre isso e eu penso que você também deveria. Irei dizer apenas as partes importantes, pois eu não gosto de trazer essa experiência de volta à minha cabeça à menos que eu tenha.

Quando eu estava no ensino fundamental, eu tinha uma namorada chamada Melissa. Ela sofria de algum tipo de distúrbio mental que a colocava em “episódios”.

Quando ela estava em um “episódio”, ela iria ficar em pé ou sentar perfeitamente ereta e ainda, sua face iria perder qualquer emoção que ela teve anteriormente. Ela iria falar bem claramente, sem pista alguma de emoção. Quando isso acabava, ela começava a tremer e algumas vezes mergulhava sua face em suas mãos, e ficava em silêncio por muitos minutos. Eu não posso mesmo descrever a sensação que isso me dava em palavras, e nem vou tentar. Se você pudesse ver isso em pessoa, você entenderia.

Mas fora isso, ela era uma pessoa muito boa e eu cuidava dela carinhosamente. 

Gostavamos de descansar na grama pela noite e olhar as estrelas. Mas uma noite, ela não me disse nada, ela só encarou diretamente a lua, tremendo. Tentei falar com ela, mas ela derrepente se levantou, e correu para o tráfego. Eu tentei pará-la, mas eu estava muito atrasado. Ela foi atingida por um caminhão e foi morta aquela noite. Olhei para os olhos dela após as rodas passaram pela sua garganta. Aquela visão sempre me assombrou.

Reconheci que o jogo sabia disso pois quando eu derrotei a besta da lua... isso aconteceu.
Após... ISSO, o jogo voltou para a tela do mapa. Também eu não podia me estourar de tando gritar, e minhas mãos estavam balançando tanto que eu mal podia segurar o controle.

Eu sabia que o jogo iria me testar se eu continuasse jogando. Mas eu não tinha ideia de que isso iria tão longe. Ou o que o jogo podia ser capaz de fazer o que ele fez. Eu podia sentir meu cérebro se enrolando enquanto eu me perguntava “O jogo leu minha mente? ”.

Não parecia possível. Mas que outra explicação eu tinha?

Parecia que eu não tinha como negar o que parecia óbvio: Esse jogo estava vivo. E não só isso, ele podia estabelecer uma conexão mental com o jogador.

E ainda... eu não podia me convencer a parar de jogar. Eu não sabia se era o jogo bagunçando minha mente, ou uma curiosidade estranha, mas ainda com uma revelação mais óbvia, eu realmente queria ver isso até o fim. Ainda mais que eu eu queria antes de passar de Dementia.

Aterrorizante como isso era, ainda perigoso, eu sabia que se eu parasse de jogar, eu nunca iria ser capaz de parar de pensar sobre isso. Se eu tentasse reiniciar o jogo, ele iria voltar a ser normal. Quantas pessoas já deixaram isso passar batido, algo de primeira mão, sem tirar screenshots da coisa toda?

Fodido como estava, era uma experiência de vida.

Mas também, eu não podia arriscar minha saúde. Eu tinha o controle da TV perto de mim, prestes á desligar a TV em caso de eu cair em perigo real.

E se isso não funcionasse, eu iria puxar a tomada da parede, ou correr da sala.

Certamente, isso seria suficiente.

Seja lá que poderes que “o jogo” tinha, parecia estar confinado com o que mostrava na TV e, seja lá o que a “conexão mental” podudesse fazer. O “depois” foi o que me preocupou. 

Eu ainda não sabia com o que eu estava lidando, então eu não iria subestimar.

Deu uma pausa por alguns minutos para acalmar meus nervos. E então estive de volta ao jogo.

E por falar em TV’s: Tinha um ícone de tela de TV bem embaixo da floresta que eu havia passado, e também a animação era tão bizarra que eu imaginei que eu deveria ver o que iria acontecer. Após experar a mesma animação, e atualmente saiu uma diferente:

Estranho. A música era uma do mapa de Netuno. Combinou, desde que era um homem peixe. Eu não podia fazer mais que admirar o ponto em que as coisas chegaram. Havia mais uma tela de TV, então imaginei que tinha mais uma animação dessas. Eu estava prestes a ver que o que era após eu deixar Entropia.

Mas então era hora de outro nível. O tijolo de ouro era a coisa mais próxima que cheguei, então eu comecei em um “Labirinto de ouro”.

Minha vida e poder estavam cheias. Não sei como ou por quê, mas eu estava feliz de não estar caindo no desconhecido quase morto. Eu também percebi que o mob da Mothra estava encolhido para metade de seu tamanho original.

A música era lenta, uma calma batida de piano, com vocais femininos entrando de vez enquanto. Meio aterrorizante.

O labirinto de ouro era uma anomalia. Não sei se esse nível deveria ser jogado com Godzilla ou Anguirus, pois voar parecia necessário para passar por esse lugar.

Outra coisa que pegou minha atenção era que quando você ia para a esquerda, seu monstro virava e encarava à esquerda. Isso soa estupidamente óbvio, mas no jogo original, você era capaz de se mover apenas para a direita, então, quando você tentava mover seu monstro para a esquerda, seu monstro terminava andando/voando de costas.

Esse nível era aparentemente gigante em tamanho, pois toda vez que eu pensava que havia chegado a um fim, eu voltava aonde eu havia começado e encontrava algo totalmente novo. Coisas como barreiras de lava, novos inimigos e faces de estátuas.

E eu encontrei uma cara de uma estátua em um final sem saída, com um olhar fixo. Na noite em que Melissa morreu, ela tinha uma expressão em sua face que parecia exatamente como essa o tempo todo. Quando ela foi atingida pelo caminhão, ela ainda tinha a mesma expressão. Não pude ajudar, mas senti como se aquilo estivesse me encarando por detrás da tela, quando eu encontrei isso:

Eu realmente não queria me lembrar daquela noite mais, então deixei a estátua o mais rápido que pude. Eu precisava de encontrar a saída de qualquer modo, o que não foi uma tarefa fácil. Senti como se esse nível tivesse se esticado em todas as direções. Eu devo ter vasculhado aquele nível por mais de quinze minutos antes de finalmente ver algo.

Era uma criatura que não era de ouro. Parecia a única de sua espécie no nível. Despido de quaisquer habilidades de agarrar como as outras criaturas, ele apenas andava para frente e para trás na plataforma.

Mas não demorou muito até que uma máquina voadora planou e a pegou, e então caiu fora com a criatura. A máquina aparentemente não tinha me visto, então eu decidi segui-la, para ver para onde ela estava levando a criatura.

A máquina parou numa sala com um grande caldeirão no centro e jogou a criatura dentro do mesmo.

A criatura foi mergulhada em um buraco de um lado do caldeirão, agora adornada da mesma cor dourada, como tudo. A máquina voou. Eu não estava certo de o que fazer com isso, então eu encontrei a saída um pouco depois.

Quando eu voltei ao mapa, percebi que os chefes não haviam se movido. Um pouco diferente, mas não me incomodou, me faz planejar minha rota por Entropia, facilmente. 

Ainda haviam dois ícones para explorar, os montes roxos e uma versão negra do labirinto.

Só havia três ícones pretos de labirinto (que estavam lotados por chefes). Então joguei os montes roxos primeiro.

Parecia muito com as montanhas verdes/azuis. Os gráficos do nível tinham o mesmo visual “rasgado”, tinha também uma recolorização das nuvens e da lua do lixão tóxico. A música, (se você podia chamar assim) era meramente um ruído de coisas rolando.

Uma das coisas interessantes que eu encontrei foram essas criaturas multicoloridas com grandes cabeças surgindo de uma caverna pequena no chão.

Eles todos faziam um som de chacoalho, e eles caminharam para a direita em um grupo após emergir de uma caverna, me ignorando.

Não havendo outra maneira de ir, eu segui elas em sua rota. Mais e mais surgiram da caverna, até o grupo ter mais ou menos cem criaturas.

Eventualmente, o caminho terminava em um penhasco. Eu estava chocado em ver que após chegar ao penhasco, todas essas criaturas começaram a pular do abismo:

Já tinha visto inimigos pular de penhascos antes, mas eu nunca tinha visto NPC’s cometerem suicídio em massa como isso. Bem incomodante para começar um nível.

Continuei voando sobre vários animais estranhos como esses daqui:

Outro grupo de multicoloridos “cabeças de bolhas” estava pulando para cima e para baixo, apenas para ser pegos por grandes pássaros, o que eu de longe acho que eram versões do Falcão Gigante de Godzilla vs. O monstro Marinho.

Eu derrotei alguns dos falcões na batalha, mas o que mais me incomodou é que esses cabeças de bolha pareciam estar propícios à morte. Se o jogo em si era vivo... acho que as criaturas nesses níveis também eram “vivas”? E tinha vidas muito infelizes, se esse comportamento era uma indicação.

Mas o que os provocava a fazer isso? De volta à minha mente, eu quase suspeitei que a lua brilhante no céu era a razão.

No final desse nível, ainda vi um grande grupo de cabeças de bolha, marchando para um monstro enorme e sendo devorados.

Estava começando a me angustiar, então agi em impulso e atirei um raio ocular no monstro e nos cabeças de bolha. Destruí a caverna.

O monstro ficou nervoso, e correu para os cabeças de bolha restantes para lutar comigo. Ainda que ele debatia e desferia ataques, aquilo era irracional. Mas não era problema para mim.

Eu estava na tela principal agora, pronto para os bosses. Meu plano era ir para Battra, depois Megalon. Antes de poder ver a última animação, eu jogaria o Labirinto Negro antes de lutar com Mechagodzilla. E ultimamente, indo para corrida com aquela besta infernal. Eu estava curioso para ver se aquilo estaria em uma nova forma novamente.

Mas o primeiro vem primeiro. Hora de derrotar Battra.

Como esperado, ele começou em sua forma Larval. A música era da batalha de Varan.

Sempre que o jogo colocava um novo Kaiju com mais de uma forma, a outra forma sempre aparecia. Para um jogo que era meio inexplicável, estava começando a ter consistência e preparação com os novos kaijus.

A luta começou bem simples. A larva de Battra lutou em um estilo similar a Maguma, carregando para frente e para trás e ocasionalmente atirando um relâmpago de seu chifre.

Durante a luta, percebi que as capacidades de luta de Mothra foram alteradas ao meu favor:

1. O raio ocular dava duas vezes mais dano do que ele daria originalmente, agora eram fortes como os socos do Godzilla. O veneno era similarmente melhorado, e fazia uma grande coisa quando você atingia um inimigo usando isso.

2. No jogo original, mesmo se a Mothra pudesse voar, ela era incapaz de voar sobre um oponente. Você seria rebatido de volta do mesmo jeito, que você seria como se corresse direto para ele, o que era muito, muito irritante. Mas não mais! Eu podia mudar de direção e voar em volta, o que era uma grande ajuda, pois:

Lutar com Imago Battra é muito parecido com lutar com um clone da Mothra, apesar de que Battra era diferentemente rápido e forte. Não impedia mais como Larva, Imago Battra era um oponente a se temer.

Apesar de eu ter partido o chifre do relâmpago, ela agora tinha um novo, e mais poderoso raio ocular. Battra podia mudar de direção sempre que podia, então sua batalha envolveu um monte de giros e vôos pelo cenário. Foi tudo bem divertido, para ser honesto.

Após eu derrotar Battra eu estava excitado para ver como Megalon seria. Mas a primeira vez que eu fui, foi para os picos roxos, e atirei em um monte de criaturas para power ups.

Sobre o Megalon: Sua música era o tema de Gigan. Fazia sentido, desde que Gigan era seu parceiro de batalha em todos os filmes (e de longe, foi um).

Ele era bem parecido com Moguera, mas mais rápido, e com mais armas. Ele começaria te impulsionando com suas brocas.

Eu gostava de voar para frente e para trás dele, o que realmente parecia o irritar. Após alguns segundos, ele foi para um canto, se virou, e começou a cuspir granadas. Era chato para caralho, pois elas quicavam quando elas atingiam o chão.

Ultimamente, ele começou atirando seu raio do trovão. Então, começou indo para frente, e então foi fácil de me “esconder” embaixo do raio e atirar nele com os raios oculares.

Apesar de tudo, vou descrever ele como forte, persistente, mas idiota.

Eu estava agora chegando ao fim da Entropia. Eu já havia derrotado Megalon, e comecei a assistir a última tela da TV, para ver o que eu teria dessa vez.

O resultado foi desanimador:

A música para essa cena nojenta, era o tema de Password.

Eu não podia imaginar o por quê dessa animação ser tão sinistra e violenta, comparada ás outras duas. O jogo inteiro parecia estar ficando mais malévolo.

Como eu estava terminando Entropia, eu comecei a me sentir... exausto. Era difícil de descrever. Como se eu derrepente tivesse ficado cansado, como eu nunca estive antes. Mas precisamente, era como se toda aquela tensão de tudo que aconteceu nesse jogo estivesse me pegando, mas... sei lá.

O último tipo de nível foi o que eu chamei de “Labirinto Sombrio”. O cenário estava recolorido, de ouro para preto. A música estava de um ambiente mal, parecido com o loop do ESQUECIVELMENTE FRIO, mas distintamente diferente.

A música era meu primeiro sinal de que esse nível estava sendo estressante. Eu viajei pelo labirinto por mais de um minuto, e percebi que não tinha nenhuma criatura andando em volta. Era uma transição estranha do labirinto de ouro, que estava cheio de criaturas. Esse nível não tinha nada. Mas então, talvez, isso devesse ser uma coisa boa. Talvez, não houvessem obstáculo algum e eu pudesse passar por esse nível com facilidade.

Então a tela ficou escura.

E imediatamente, eu foquei fora do meu “alvo” por alguns segundos.

Tudo havia escurecido, então a última coisa que eu pude ver foi a Mothra. Eu não podia dizer aonde eu iria e eu acabei ironicamente correndo pelas paredes. Ouvi um barulho, um som de um corvo correndo pelo corredor.

E junto com a correria, vieram rugidos. Rugidos muito altos, que eu descreveria como um cão coelho do tamanho de um elefante, gritando em fúria. E eu podia dizer que seja-lá o que estivesse fazendo aquele barulho, tinha muitos daquilo.

Eu sabia que havia algo ali, mas não estava até eu fazer uma edição da screencap, que eu tive que tirar para ver com o que meus perseguidores se pareciam:

Mas ainda eu não podia ver onde eles estavam ou para onde eu estava indo. Eu estava literalmente cego, e esses mobs bestas consequentemente me pegaram. Tudo o que pude pensar foi “Não! ”e eu vi minha barrinha de vida rapidamente declinando. Os monstros haviam tomado metade da minha vida, enquanto eu havia salvo. A luz voltou, mas os ataques não.

Então o desafio do nível foi revelado: Encontrar a saída antes das luzes se esvaírem e um monte de monstros querendo sua morte!

Eu estava em modo de pânico agora, movendo o mais rápido que eu podia, enquanto tentava cada caminho que eu podia encontrar como maneira de escapar. Enquanto eu jogava o nível, as luzes se foram num total de três vezes. Na segunda vez, eu seria carne morta se não fosse por uma das estátuas dos olhos esbugalhados:

Enquanto eu estava perto dela, os monstros pareciam desviar-se de mim enquanto a luz voltava. A estátua os espantou, de algum modo. Eu estava seguro enquanto eu ficava perto da estátua, mas do mesmo jeito, eu tinha que encontrar a saída.

O labirinto sombrio foi muito menor que o labirinto de ouro, e apenas levou seis minutos para navegar até o fim. Mas antes da saída, havia um monte de salas guiando para baixo que eram sem saída. Você tinha também a saída dos monstros te pegarem, mas você morreria.

Apenas mais um boss, Mechagodzilla. Eu comecei a batalha, e então tive algo inesperado.

Não apenas minha vida voltou para 100% novamente (parecia acontecer isso aleatoriamente), mas ao invés dos bosses substitutos, eu estava lutando com Godzilla.

Mas qualquer fã de Godzilla entenderia isso. Mecha-Godzilla começava na história como um clone lutador do Godzilla, mas seu disfarce queimava após apenas três barras de vida. 

Normalmente, a transformação apenas aconteceu no ponto exato.

A esse ponto era como lutar com Mecha-Godzilla no jogo normal. Me sinti meio bem por jogar com um dos inimigos originais do jogo. Ainda assim, ele não era assim tão normal. 

Ele tinha também um raio arco-íris e mísseis de dedo. Aquilo não me deixou fazer o velho truque de ficar atrás dele no canto e atirar com raios oculares em um lugar que ele não podia me atingir, mas sempre foi um truque barato, de qualquer modo.

Mas após enfrenta-lo até metade de sua vida, algo estranho começou a acontecer. Seu modelo começou a bugar e, do mesmo jeito que havia acontecido com Gezora naquele primeiro mundo. Após alguns segundos, os glitches começaram a formar uma nova coisa...

E então o jogo havia criado um “Não-Mecha-Godzilla”, e Eu descobri que o bug visual tinha algo relacionado ao jogo criar coisas. A face humana dava um olhar muito estranho.

Era um dos monstros substitutos mais fortes e um dos que tinha mais poder de fogo. Aqui está uma foto de seu raio de boca, no qual eu fui pego.

Ele era mais forte, porém mais fraco que sua contraparte original e não podia pular muto. Ganhei a luta por atirar constantemente fora de sua linha de fogo, bombardeando a máquina com Pólvora venenosa enquanto voava sobre... aquilo.

Mais uma coisa para fazer: A fuga da besta infernal. Ai meu Deus. “Vamos fazer logo isso” foi o que eu pensei:

A caçada final de Entropia terminou sendo exatamente o que eu estava com medo de ser: Um nível de labirinto. Todas as outras corridas, apesar de difíceis, eram exatamente “apenas para frente”. Você apenas tinha que correr para a direita e não ser pego.

Mas esse tirou toda a simplicidade. Nada me dizia o quão grande esse labirinto seria, ou onde a saída estava. E agora eu tinha que também voltar atrás constantemente para encontrar minha saída. Eu também tinha que evitar tomar um, apenas um. SEQUER UM, hit do monstro vermelho.

E naqueles primeiros segundos... Ele não havia aparecido. Mas eu sabia que ele iria quebrar a paz, até que confirmei, quando ouvir um som de batidas altas.

E ali ele estava, em uma forma “voadora”. Voava com asas de morcego e era rápido e mais ativo que nunca. Por razões óbvias, escolhi que essa seria provavelmente uma das mais desafiantes de todas as “Fugas finais”, e eu deveria manter o foco no jogo e não tirar screencaps.

Seja lá como for, eu peguei o monstro vermelho fazendo algo que eu achava muito interessante.

Eu ia perder isso indo por um caminho diferente do experado, e isso o bloqueou de me atacar por uma das paredes orgânicas do labirinto vermelho. Ou assim eu pensei.

Tentei me agarrar pela parede por um segundo antes dele abrir sua boca e quebrar a parede toda com garras intestinais.

Mas por um breve milissegundo, o monstro tinha me dado a saída para fugir do complexo. Mas pelo o que eu me lembro, eu subi, e virei para a esquerda. Não estava certo de que caminho escolher. Só havia um, e na cagada, prossegui.

Eu soava intensamente, mas minha sorte me salvou novamente. Eu esperava que isso não acontecesse após eu acabar o jogo. Haviam apenas mais dois mundos para prosseguir. O próximo era o penúltimo mundo. “Extus”:

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